segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Quando a morte chegar.

O filme “Verônica Decide Morrer”, adaptação estrangeira do livro do escritor brasileiro Paulo Coelho, conta a história de uma mulher que toma uma série de sedativos tentando se matar e acorda em uma clinica psiquiátrica com a notícia de que só tem uma semana de vida já que a dose de medicamentos provocou um aneurisma que pode romper a qualquer momento. O filme passa a importante mensagem de que, muitas vezes, só damos valor a vida e mudamos como ser humano quando o fim da vida material se aproxima.

De uma maneira geral, achei o filme razoavelmente bom. A única crítica que faço a ele é em relação ao genêro. Se tratando de um drama de um personagem que tentou se matar e não deu valor a vida o filme poderia ter sido mais forte e incisivo. Não achei que Veronica se recuperou totalmente, nota-se, por exemplo, que ela não fez nenhum tipo de caridade. O fato dela ter apenas amado uma pessoa, no filme, na minha opinião, ainda a torna uma pessoa pequena.

Recomendo aos leitores assistir este e “A guitarra” e “Into the Wild” que na minha opinião conseguiram preencher melhor a idéia da temática. “Le Scaphandre et le Papillon” também é outro filme que segue a linha dramática da valorização da vida após ela dar uma grande flechada. Este conta a história de um crítico de uma grande revista que sofre um acidente raro e que fica sem conseguir falar e andar. Apenas com o movimento dos olhos ele consegue se comunicar com as pessoas. Assim como nos outros fica notável a mudança como ser humano. Porque, na vida real, essas mudanças só ocorrem, na maioria das vezes, após uma grande desgraça?

Já havia assistido “Ensaio sobre a cegueira” adaptação do livro do escritor José Saramago cujo diretor do filme é o brasileiro Fernando Meirelles. Particularmente, apesar da história ser diferente do filme “Veronica Decide Morrer”, o contexto é o mesmo: abordar a questão existencial do ser humano.

Vê-se uma série de filmes produzidos, no mundo inteiro, com temas pífios e bastante desgastados. Independente do gênero, dever-se-ia explorar mais a questão do ser humano e assim estimular o senso crítico e percepção de mundo do espectador, em um contexto amplo, como nos filmes citados acima. A tecnologia avança e a grande maioria dos filmes diminuem o conteúdo. Isso é estranho e bastante ruim para o cinema de uma maneira geral.

Antigamente, houve grandes filmes humanísticos que tinham grande teor da questão existencial, como Dersu Uzala do diretor Akira Kurusawa. Boa notícia que algumas exceções começam a aparecer e diretores tentam reaver este gênero que por muito tempo ficou esquecido. É melhor ainda saber que alguns destes filmes estão vindo do Brasil.

Filmes humanísticos que recomendo assistir e abordam a questão existencial. Espero que essa lista começe a crescer mais.


“Dead poets Society” (1989)

“Norikos Dinner Table” (2006)

“Le Scaphandre et le Papillon” (2007)

“Night Train/Ye Che” (2007)

“Into the Wild”(2007)

“The visitor” (2007)

“The guitar” (2008)

“Elegy” (2008)

“Bezerra de Menezes” (2008)

“Die Welle” (2008)

“Entre les murs” (2008)


Autoria da imagem: Antônio Almeida

sábado, 28 de novembro de 2009

Quatro vidas abandonadas

Antônio Almeida


Manhã de sábado. De fato não consegui dormir direito talvez pela responsabilidade de estar 8:00 da manhã em ponto na faculdade Dois de Julho. Para não perder tempo fui de carro faltando aproximadamente uns dez minutos para chegar e para meu espanto, poderia dizer, um grande espanto, quatro dos meus colegas já me aguardavam. Estavam lá João, Kleonice e Marta. Esperamos um pouco mais para o resto do pessoal chegar e logo depois, de aproximadamente uns quinze minutos, fomos em busca do nosso destino e entramos cada um em um carro. A partir dos bastidores, tive que chamar o pessoal da Ótica pois eles não tinham visto o carro passar. Corro em direção ao carro enquanto minha colega espera mais á frente quase do lado da faculdade...

Após cerca de 15 minutos chegamos no local e logo á frente havia um galpão imenso que eu não tive oportunidade de entrar para poder descrever. Enquanto iriamos começar o trabalho nossa colega Rosângela filmava tudo para posteriormente editar o vídeo. Enfim o nosso destino estava bem perto, poderia dizer que do lado se encontrava a Estação da Leste, no bairro da Calçada, uma espécie de ocupação de Sem Tetos que moram em condição bastante precária.

Uma das cooperadas disse que os carros não poderiam ser estacionados naquele local, por isso seguimos mais adiante onde enfim iriamos traçar o percurso para começar o trabalho comunitário da matéria de Filosofia da Faculdade Dois de Julho. Logo ao chegar bem próximo do lugar, um outro galpão, o sol estava bem quente. Araci, nossa colega, estava com uma roupa preta e o pessoal da Ótica também o que tornava a situação deles mais difícil que a minha já que eu estava de verde.

Seguimos e tive a primeira visão do que era realmente o local. As residências existiam dentro de um galpão enorme e lateralmente barracos feitos de madeira ,bastante frágeis, cercavam aquele lugar. Ali, diversas famílias moram agarradas umas com as outras em cubículos extremamente pequenos. Em alguns lugares havia mijo espalhado no chão. Eu, apesar de quieto, sou muito observador e não pude deixar de ver o detalhe de algumas daquelas moradias. Em uma delas havia apenas um sofá, com uma televisão. É possível perceber que em alguns cômodos estava escrito com caneta frases como “Geladinho R$0,50” “Doce de tamarino 1,00” “Enroladinho e suco R$1,50” “Quiboa R$1,00”. Fantástico perceber, que mesmo morando em condições sub-humanas, o comércio informal existe entre eles. A placa que mais me chamou a atenção foi a do doce de tamarino, já que a porta estava trancada. Poderia ter perguntando porque e onde estava a dona da residência.

Seguindo mais adiante haviam cadeiras velhas no fim do galpão, arrumadas em fileira para uma palestra que iria acontecer mais tarde. Nosso colega Antônio Pitta tentava instalar o retro projetor porém ele quase queimou já que a voltagem no lugar era de 220 volts felizmente tudo foi resolvido em seguida com um estabilizador.

Enquanto isso, mais pessoas estavam chegando e então resolvemos ir entregando as doações. Enquanto que nas primeiras vezes tivemos que trazer de mão, logo depois, alguém encontrou um carrinho , daqueles que carrega todo tipo de material reciclável, por isso ficou muito mais fácil. Me surpreendeu bastante o empenho dos estudantes do curso direito Faculdade Maurício de Nassau. Eles trouxeram cerca de três carros abarrotados de doações. Tinha livros de todo o tipo, roupas, sapatos, cintos... Sempre tive uma imagem negativa dessas faculdades desconhecidas mas, começo a perceber que nós só podemos criticar aquilo que conhecemos e mais tarde iria me surpreender mais ainda.

Voltando a falar sobre o local, a nossa colega Valmeire, a essa altura, já estava pronta para trabalhar e ela teria que se transformar para isso por isso a pintura e a maquiagem foram imprescindíveis para ela. Nunca imaginei que Valmeire fosse se vestir de palhaço e de fato isso aconteceu. É impressionante trabalhar com crianças e ver que a inocência, estampada no rosto desses meninos, mostra que existe esperança e a mudança se torna muito mais difícil na fase adulta mas, ainda não era isso que iria me surpreender.

Olhei para o chão e jamais iria imaginar que uma cena tão forte sairia não de seres humanos mais de animais. Quatro vidas abandonadas. As crianças cuidavam de filhotes de gatinhos que haviam perdido a mãe e muito provavelmente não devem ter sobrevivido. Seria hipócrita falar de animais com todas aquelas pessoas passando por dificuldades mas, é fato que isso representa um quadro estatístico bastante triste. Um dos filhotes se distorcia de fome e se abraçava junto ao outro na esperança de se esquentar com certeza para tentar diminuir a fome que o estava matando.

A vida sobre um lençol velho e sujo, uma vida que claro não teria nenhum valor, porque a vida do ser humano ali também não tem valor. O pouco dinheiro que é ganho é para a sobrevivência do homem. Uma lata de leite no supermercado custa em torno de R$9,00 e sei, com razão, da dificuldade que é alimentar as crianças. Imagine os gatos? e o filhote dos gatos? Poucos gatos conseguem sobreviver com dificuldade e filhotes morrem se não tiverem a mãe para os alimentar “A mãe dela fugiu”, disse a menina. Porém, eu ainda me surpreenderia muito mais.

Enquanto as crianças inocentes brincavam com a palhaça Val, a palestra já estava começando a a acontecer. Não acompanhei todo o teor dela mas, uma das estudantes da Faculdade Maurício de Nassau realmente foi muito feliz na sua abordagem e a maneira de orar. O tema era violência contra a mulher mas, a estudante a qual não sei o nome, deu um enfoque diferente a palestra que acontecia em um telão improvisado com um lençol. “Violência contra o homem”. A estudante sempre teve cuidado de que quando mostrava que a mulher teria direitos o homem também teria. De fato é extremamente hipócrita realmente citar apenas a violência contra a mulher e o homem também não é atingido por essa violência? Tudo bem, que os números mostram que não há tantos casos assim mas, temos que nos lembrar que tanto o homem como a mulher são sujeitos iguais e ambos tem os mesmos direitos perante a lei mas, a surpresa estava para o final do trabalho.

Foi surpreendente perceber o empenho de meus colegas, nesse trabalho, mesmo sabendo que depois disso a vida continuará seguindo seu rumo e ninguém irá ser hipócrita de dizer que vamos todas as semanas ajudar as pessoas da Estação da Leste. Taís e João estavam reunindo dinheiro para comprar um carrinho de mão para uma cooperada por conta própria. Isso não faz de ninguém a melhor pessoa do mundo mas, é com pequenas ações que nascem grandes pessoas.

Tem uma frase que me disseram ,há muito tempo atrás, sobre grandes pessoas de alguém que resolveu parar de manter contato comigo porque achou que estava vivendo um grande sonho. “Com grandes pessoas se constrói pequenos sonhos mas, logo depois descobre-se que grandes eram os sonhos e pequenas eram as pessoas”. Não existem pessoas grandes, na maioria das vezes, sonhamos que elas são algo que depois mostra ser o contrário. A minha doação foi um saco com cerca de 15 roupas. Poderia ser um saco de feijão, dez sacos de arroz. Não importa. A ação existindo já é algo grandioso.

Por fim, no final da palestra, nossa professora Ivana Carneiro apareceu, tiramos algumas fotos e logo depois cada um seguiu o seu caminho e provavelmente continuará seguindo porque a vida é feita assim. Peguei um ônibus, fui para casa e agora estou escrevendo esse texto acreditando que pequenas pessoas podem ter grandes atitudes em prol do ser humano se resolverem seguir aquilo que elas são. Alguns são melhores em dar conselhos, outros em doações, outros em trazer esperança para as crianças se vestindo de palhaço, há aqueles que tem o poder da oratória e há até os que preferem não ajudar em nada e quem sabe resolveram ir a praia tomar uma cerveja, ao invés de ir fazer o trabalho.

Entendendo a realidade de filhotes de animais abandonados, em um lugar que os próprios seres humanos estão abandonados, aprendemos o quanto a vida pode ser cruel e injusta.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Reflexão sobre a imagem

Depois de ter colocado aquela foto do Jason Vorhees, Michael Myers e Freddy Krueger, em mim houve diversas reflexões interessantes. Uma delas seria seguir o seguinte questionamento, como

Como esses personagens seriam vistos na sociedade atual?

Eles são vistos nos filmes como monstros sanguinários mas, não seriam psicopatas doentes que teriam que ficar presos precisando de tratamento médico?

Quem é mais cruel, a bomba de Hiroshima e Nagazaki ou o psicopata Jason?

Se um serial killer for rico haveria a possibilidade dele ficar em liberdade, caso ninguém soubesse de seus crimes?

E se esse serial killer fosse um grande político que é dono de uma grande multinacional de alimentos descobrindo-se que ele colocou produtos para aumentar o lucro que fez milhões de pessoas ficarem doentes, sabendo que esta empresa paga milhões de publicidade a mídia, será que aconteceria algo ou haveria impunidade?

Como resposta gostaria que cada um de vocês , meus caros colegas, colocassem nos comentários que tipo de reflexão tiveram.

Jogos Mortais 6 - Vivendo a armadilha do Jigsaw

Era uma tarde de sábado e eu como apreciador de filmes de suspense, resolvi assistir Jogos Mortais 6, no Salvador Shopping. O carro parou e subi a escada rolante para comprar o ingresso. Quando o filme acabou, havia juntado sete reais para pegar um táxi e ir ao Shopping Iguatemi. Ao chegar lá, aproveitaria a corrida curta e pegaria um ônibus executivo para chegar em casa. Minha idéia foi frustrada. Perguntei ao taxista quanto teria que pagar pela corrida "São doze reais", disse ele. Havia me esquecido do pequeno detalhe que os táxis aumentam, de forma exorbitante seus preços, a cada ano e sábado é bandeira 2. Pernas no chão e começa a guerra para pegar um ônibus.

Segui sobre as ruas da cidade que estavam vazias e desertas. Eu me senti dentro do Jigsaw (armadilha de Jogos Mortais). Apesar de ser cedo, umas oito horas da noite, o clima de medo pairava sobre Salvador, Só havia pessoas na rua, em silêncio, nervosas para pegar o ônibus e ir para o seu destino. Passaram mais de dez coletivos, para diversos lugares como Pau da Lima, Lobato e Paripe, mas nenhum para a área da Barra ou adjancências. Uma ironia, pois além do ponto estar a poucos minutos do Shopping Salvador, considerado de elite, pegar um ônibus na periféria é sempre mais díficil. Passaram duas horas e o ônibus da Barra não veio. Peguei um outro coletivo e fui para Avenida Vasco da Gama. Parei no ponto que o motorista havia me recomendado.

Antes de atravessar a rua, vários carros passaram no sinal vermelho, por causa da tal lei de trânsito que permite que carros passem o sinal a noite. Atravessei a rua e avistei duas pessoas parecendo que estavam tirando alguma coisa do carro, óbvio que não fiquei para ver o que era. Esperei aproximadamente meia hora entrei no ônibus e enfim cheguei em casa. Quando estava no elevador de casa, a sensação era justamente não de ter assistido o filme mas, de ter conseguido sair da armadilha do Jigsaw capitalista.

A verdade sobre a violência em Salvador

Hoje a violência em Salvador, não se resume a uma intersecção de números muito perigosa. Os corpos viram números estatísticos e as vidas humanas deixam de ter valor. No ano de 2007, ocorreram duas chacinas, com um saldo de seis mortos e três feridos. Algúem se lembra dos nomes das vítimas e de onde aconteceu? Tenho certeza que não. Mesmo para os que leram a notícia, de uma forma bastante devagar e perversa, a imagem vai sumindo da sua mente, pos dia após dia, chega um momento que ela desaparece por completo.

Em uma das chacinas, três pessoas de uma mesma família Aurina Rodrigues Santana, 44 anos, o filho Paulo Rodrigo Santana, 19, e Rodson da Silva Rodrigues, 28, companheiro de Aurina, foram assassinadas no bairro do Calabetão, porque denunciaram um grupo de policiais militares por agressão. Nenhum dos suspeitos foi preso. Os policiais continuam trabalhando e sendo remunerados pelo estado. Abandonados pelo poder público, quem paga o preço são os pobres, pretos e favelados? Não!

No mesmo ano de 2007 o aposentado Ciro Beernardes Pinto, 65 anos, foi morto em um assalto no bairro da Pituba. O crime foi esclarecido em menos de uma semana e todos os criminosos foram presos.

Agora depois que eu coloquei o nome das vítimas e descrevi as cenas dos crimes nos mínimos detalhes qual a impressão que dá? choca ou parece tudo uma folha de papel de ocorrência policial?
E se eu colocasse aqui todos os crimes apenas do mês de 2009, nos mínimos detalhes qual a impressão que os senhores teriam?

Infelizmente o número de crimes de violência na cidade de Salvador pode ser algo ainda mais assustador do que isso, afinal, não vamos ser inocentes de acreditar que todo crime que acontece é noticiado pela imprensa, isso é mentira, inclusive, através de um trabalho que fiz no HGE (Hospital Geral do Estado) tive provas substanciais de que determinados crimes não chegam sequer a imprensa. Para melhorar o quadro, muitos desses bairros são esses mesmo que frequentamos, Barra, onde li uma ocorrência de um deficiente físico que foi espancado, Pelourinho, onde vi uma ocorrência de um casal de namorados espancado e a Pituba, onde um médico recebeu uma pedrada na Praça Nossa Senhora da Luz. E então qual a gravidade da violência em Salvador? E se houver ocorrências que sequer chegam a ser registradas nos hospitais?

Reflexão

Há, na sociedade atual, monstros piores que estes ?

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Hoje, um bebê abandonado com poucas horas de nascido foi encontrado na Avenida Luís Eduardo Magalhães, infelizmente seu estado é grave.

As vezes percebo como a vida pode ser muito mais cruel que qualquer filme de suspense.

Sem frases, sem resenha, sem maiores aprofundamentos. Apenas a reflexão

ARMADILHAS

Antônio Almeida

No filme The House Of The Devil, remake dos anos 80, Samantha Huges (Jocelin Donahue) é uma universitária que aceita trabalhar como babá em uma velha mansão. Fica óbvio, que em todo filme de suspense quase sempre tem que haver uma adolescente solitária e um ambiente tenebroso. A adolescente Samantha, através de um anúncio, encontra, na mansão, um velho homem que insiste desesperadamente para que ela cuide de sua mãe, que não aparece nunca. Samantha fica desconfiada, pensa, desiste. O velho homem oferece a ela 100, 200, 300 400 dolares... até que a garota resolve topar sem saber que o inferno estava mais perto do que ela imaginava. Aquela era uma família de satanistas que fazia sacrifícios humanos.

Para começar a estória, nos primeiros minutos iniciais sua amiga que, estava voltando da mansão e que deu a carona para a sinistra mansão encontra um satanista, no meio da estrada, lhe oferece um cigarro. Logo depois ele saca a arma e a mata friamente com um tiro na cabeça. A cena choca pela frieza pois o tiro foi tão rápido que sua amiga praticamente não teve tempo de reagir. Várias cenas iguais a essa acompanham o filme que possui pouquíssimos personagens, apenas a assustadora família satanista e Samantha compõem o elenco.

Esse remake dos anos 80 não deixa a desejar para os fãs do suspense. O filme segue a linha thrash lembrando filmes, dos anos 80, já esquecidos mais que marcaram época como CreepShow ou o lendário Suspiria do diretor Dario Argento. Muita gente não deve se lembrar deles mas, eles não tinham histórias super inteligentes como alguns filmes atuais de suspense, porém o enredo fornecia medo excessivo até o final da história – o ingrediente principal. Assim é The House Of The Devil.

As cenas começam muito calmas. Samantha está na mansão abandonada tranqüila, quando recebe a pizza e coisas estranhas começam a acontecer. Mal sabe ela que o mesmo homem que entregou a pizza é aquele que matou sua amiga friamente. O telefone toca, passos são ouvidos, ela sobe para a casa pega uma faca e tudo começa a se tornar cada vez mais assustador até chegar ao seu nível máximo. O filme possui um fim horripilante e não vou contar.

Hoje, nós estamos acostumados a conviver com essa violência mesmo que de certa forma não precise-se necessariamente viver a historia de Samantha. Cada vez mais filmes de suspense contemporâneos abordam estes temas sugerindo o aprisionamento do ser humano, o mais recente dele é a série Jogos Mortais, em que sempre o Jigsaw consegue criar uma armadilha para as pessoas que elas não conseguem sair. É interessante frisar que a vítima amiga de Samantha pode ser qualquer um de nós indo embora ao dar uma carona para alguém em uma festa e sendo assaltado e morto no meio de uma rua escura.

Muitos de nós como a personagem do filme estamos em uma armadilha porém real é de uma violência invisível que nos cerca seja quando trancamos a porta do carro, colocamos vidro blindado ou até mesmo rezamos para que o ônibus chegue logo como se a segurança fosse estar ali dentro. The House of The Devil é um filme não só para quem tem sangue frio mas, para refletirmos se essa é a sociedade que todos nós desejamos viver.